Cuidado para não cair na ‘lista negra’ dos recrutadores

Cuidado para não cair na ‘lista negra’ dos recrutadores

Inflar o nível de inglês, maquiar o tempo de permanência de emprego e mentir sobre formação deixam o candidato com o ‘nome sujo’ no mercado de trabalho

É clichê, mas vale a pena lembrar: o currículo é o cartão de visitas do candidato no mercado de trabalho. Por isso, ter uma boa apresentação pode fazer a diferença na hora de ser chamado para uma entrevista e facilitar o ingresso no mercado de trabalho. Por ser uma carta de apresentação, muitas pessoas caem na tentação de dar, digamos, uma inflada em suas experiências acadêmicas e profissionais , nível de idioma, tempo de permanência no emprego vislumbrando mais chances de ser notado pelos departamentos de RH.

Mas, o que é a primeira vista inofensivo, pode fazer um mal danado a carreira, separar o trabalhador da recolocação e colocar a pecha de antiético junto ao nome do profissional, uma habilidade que não se coloca no currículo, mas persegue o candidato.

Vide o caso do ex-ministro da Educação, o economista Carlos Alberto Decotelli , que nem chegou a assumir de fato a pasta. Vendido pelo governo como um profissional de currículo exemplar, o então ministro viu seus títulos serem questionados assim que foram expostos. Com um cartão de visitas manchado, não faltaram questionamentos sobre a ética e o caminho foi o desligamento do cargo que nem chegara a assumir. Honestidade e bons valores, segundo os recrutadores e como mostra o caso do ministro, valem muito mais que um currículo dos sonhos. Então, atenção para não cair na lista negra do RH.

Há recrutadoras como a Page Personnel, especializada em recrutamento para posições técnicas e de confiança , como altos executivos, que inclusive usa um dispositivo como o do SPC e do Serasa que identificam maus pagadores, neste caso, os mentirosos. Ao encontrar inconsistências que deponham contra a ética do profissional – categoria onde se encaixam as mentiras no currículo – a empresa “negativa” o nome daquele candidato em seu banco de dados. Segundo Lucas Oggiam, diretor da empresa de seleção, mentiras descobertas vão para a observação da ficha do candidato e, quando uma outra empresa procura um alguém com as características daquela pessoa que mentiu no currículo, essa observação é passada para a empresa contratante.

“Essa é a pior escolha que um profissional pode fazer. Que empresa vai querer contratar um executivo de caráter duvidoso? A ética é um dos pilares principais do mercado de trabalho”, pontua. Apesar de não haver um arquivo secreto no mundo do RH com todas as mentiras já contadas pelas pessoas, Oggiam ressalta que assim como a Page Personnel, departamentos de recrutamentos de grandes empresas fazem observações sobre os candidatos. E aí que inconsistências são notadas e anotadas.

Fonte: https://veja.abril.com.br/economia/cuidado-para-nao-cair-na-lista-negra-dos-recrutadores/

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