Mostrar habilidades e competências é mais importante neste primeiro momento que listar formações ou experiências; apresentação deve ser clara e direta
Apesar de toda a modernização no setor de recursos humanos com redes sociais, aplicativos e softwares que automatizam o processo de contratação, o currículo continua sendo o principal cartão de visitas de qualquer candidato em busca de uma vaga de trabalho. Com o desemprego batendo taxas recordes, e indicativos de que os próximos meses serão ainda mais desafiadores, é fundamental ter em mãos um CV que se destaque em meio aos milhares de concorrentes.
Especialistas em recrutamento elencam a objetividade como a prioridade número zero para um currículo de qualidade. Nada de detalhar cada curso ou experiência. Neste primeiro contato, as habilidades e competências valem mais do que uma lista com a formação ou lugares por onde trabalhou. Essa clareza deve se refletir no tamanho do currículo, recomendável em no máximo duas páginas.
“Um bom currículo conta uma boa história, o que você fez e o que conquistou. Não dá para mandar algo com só o que você faz, o que eu quero saber é você fez para alcançar bons resultados, quais as competências que você tem para resolver problemas”, afirma Flavio Cavalcante, empresário e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV).
A primeira impressão é a que fica, já diz o velho ditado. E isso nunca se fez tão real quanto na apresentação de um currículo. Com a transformação do mercado de trabalho, gestores miram em profissionais que apresentam competências mais abrangentes do que simplesmente alguém capacitado para desenvolver uma tarefa específica. Mostrar que o candidato é criativo, tem pensamento crítico e boa comunicação pode ser mais importante do que o local de formação ou por onde trabalhou.
“Mais que um título ou especialização, tem que mostrar as competências e o que o candidato sabe fazer, não só o que ele conhece”, afirma Ari Brito, neurocientista e diretor executivo da Marca Pessoal Consultoria e Treinamentos.
Essa filosofia é exemplificada pela sigla CHA: conhecimento, habilidades e atitudes. Segundo Britto, um dos principais erros é exagerar na questão do conhecimento e negligenciar as outras capacidades. “As empresas valorizam pessoas com responsabilidade socioambiental ou que faça trabalho voluntário. Pode ser algo simples, mas é importante para mostrar atitude e força de caráter.”
Mostrar os resultados que o candidato alcançou em determinado posto e quais as experiências ele teve naquela empresa ou posição também são itens fundamentais para chamar a atenção dos gestores. Leonardo Berto, gerente de recrutamento da Robert Half, aponta a ênfase nas habilidades comportamentais. “A pessoa tem que mostrar que tem resiliência e disponibilidade. Entre as habilidades, é bom descrever as atividades que você domina, colocar resultados, o que você desenvolve no dia a dia”, afirma.
Além de direto, o currículo deve seguir alguns preceitos básicos, como formas de contato com o candidato e a duração das experiências. “Não colocar quando começou ou quando terminou um curso, ou colocar que tem MBA, mas não está concluído, são ações que podem ser classificadas como omissão, e isso é muito ruim”, diz.
Para Cavalcante, da FGV, além de objetivo e claro, o currículo deve ser formatado de acordo com a empresa e posição que o candidato procura. “Determine em quais empresas você quer trabalhar e faça um currículo para cada uma. Um currículo sem objetivo é um suicídio, e você deve estar alinhado ao que a empresa pensa”, afirma.
O tom do objetivo também deve mudar de acordo com o remetente do CV. “Fazer o currículo é como estudar para uma prova. Antes de mandar, busque saber mais sobre o local, entre no site e mostre para o recrutador que você também tem o DNA da empresa”, complementa.
Fonte:https://jovempan.com.br/noticias/economia/como-fazer-um-curriculo-objetivo-e-bem-preparado-para-2021.html