Estudo da Bain & Company em parceria com o LinkedIn aponta caminhos práticos para alcançar a igualdade de gênero nas companhias
Embora seja uma pauta comum entre as ações de diversidade, a liderança feminina ainda é um tema com pouco investimento nas organizações, e não saber como fomentá-la é um dos maiores desafios atualmente dentro das empresas. Esse cenário já foi pior no passado, mas de acordo com Luciana Batista, sócia da consultoria de gestão global Bain & Company, há ainda um longo caminho para a equidade de gênero no Brasil.
“Antes da pandemia, o tema já era muito discutido, mas houve muito pouco crescimento nos números, na prática. No estudo mais recente, mais do que tentar provar a importância da participação de mulheres em cargos de liderança, queremos mostrar quais ações poderiam ser realmente efetivas para mudar essa realidade”, explica Luciana.
Segundo o estudo mais recente realizado pela consultoria em parceria com o LinkedIn, apenas 3% dos executivos em cargos de CEOs das 250 maiores empresas brasileiras são mulheres. Esse dado ressalta ainda mais a disparidade entre discurso e ação, já que outro número da pesquisa aponta que para 82% das mulheres e 66% dos homens, alcançar a igualdade de gênero deveria ser uma das cinco principais prioridades para as companhias.
“Hoje, muitas empresas ficam apenas no discurso e têm dificuldade de reconhecer onde está o problema e quais são as suas responsabilidades. O problema é com a formação acadêmica? Tempo de promoção? Rotatividade alta na empresa? A empresa deve entender o que está acontecendo em seu setor e a partir daí definir suas próprias metas”, afirma.
E o panorama da presença da mulher no mercado de trabalho pouco se alterou desde 2013, segundo o estudo, a pandemia também contribuiu para a estagnação desse cenário. “Com os desafios adicionais relacionados à pandemia, podemos dizer que existem dois lados da balança. Por um lado, muitos segmentos do mercado com participação majoritariamente feminina foram negativamente afetados, como o de serviços e economia informal; por outro, estão os setores industriais, agrícolas, que contam com maior participação de homens e foram menos impactados”, explica a sócia da Bain & Company.
Partindo para a ação
De acordo com o estudo, existem caminhos práticos já desbravados por empresas rumo à equidade de gênero e inserção de mulheres em cargos de liderança. Entre as ações propostas pelo relatório, Luciana destaca que, além de saber qual é ponto de partida, as empresas precisam mapear os dados ao longo do ciclo de vida de seus talentos, desde o recrutamento até a promoção, e projetar como a empresa seria em 10 a 20 anos com as taxas atuais, simulando que tipo de ação poderia mudar essa trajetória.
Outra iniciativa aponta a necessidade de uma liderança visível e comprometida em crriar oportunidades iguais para talentos diversos no trabalho. Para isso, executivos devem abordar diversidade e inclusão da mesma forma que abordariam qualquer outra iniciativa estratégica.
Fonte: https://epocanegocios.globo.com/Carreira/noticia/2021/03/brasil-tem-apenas-3-de-ceos-mulheres-nas-maiores-empresas-do-pais.html