Numa época de tanto conhecimento disponível na internet e redes sociais, época de tantos especialistas, mestres e doutores em tudo, fica uma questão, há espaço para o “não saber?” Onde trabalho temos um hábito entre os colegas, abrir aleatoriamente um exemplar do livro “Minutos de Sabedoria” da editora vozes, publicado desde 1966 e ver a “mensagem do dia”. Muitas vezes a leitura coincide com algo que foi falado recentemente e logo apontamos: “- olha a mensagem de hoje, essa é para você!”.
Dias atrás abri a página 179 desse sábio livrinho e estava lá, uma afirmação clara e imperativa na primeira linha: “Seja Humilde!”, me chamou a atenção e continuei a leitura, o contexto era sobre a capacidade de reconhecermos que sempre haverá, ao nosso redor, alguém mais forte e mais sábio (complemento ainda aqui: mais inovador, mais corajoso, mas dedicado, mais criativo, mais ágil, entre outras competências), e que ao nos envaidecer de algo em que nos julgamos ser o máximo, não vamos impressionar ninguém e, podendo perder a noção de proporção (supervalorizando nossa capacidade), acabar no ridículo diante de todos.
Realmente uma grande sabedoria em menos de 1 minuto de leitura!
Comecei então a refletir sobre a primeira linha, como ser e praticar a humildade onde quer que estejamos sem dizer que o somos? Pois ao se declarar assim já seria um ponto contra. Então, buscando alguns significados para essa palavra (na internet “sabe-tudo”) encontrei: consciência das próprias limitações, respeito para com superiores, sobriedade e simplicidade.
Com base nisso e trazendo para o dia a dia no ambiente de trabalho, acredito que a prática da humildade como um valor a ser conquistado e incorporado como um hábito, virá nas pequenas atitudes. Vai estar presente na nossa capacidade de dar nosso melhor, mesmo que aparentemente ninguém esteja olhando. Na prática de escutar mais os outros do que falar e repetir sobre nossas conquistas, realizações e consumos. Talvez a gente reconheça a humildade em nós, quando temos a coragem de pedir desculpas, de assumir que erramos, de não apontar a falha alheio e de perguntar: “- posso ajudar?”, em vez de ir criticando ou dando palpite onde julgamos que poderíamos fazer melhor.
Porém, fechando o pensamento inicial, creio que na atualidade o mais difícil seja assumir o que não sabemos, ter a coragem de falar “- não sei isso!” Como dito no início, olhando redes sociais e notícias na internet, temos a sensação que há “donos do saber” para tudo e podemos ter a tentação de querer ser o “sabichão” sobre algum assunto também, o que é possível, com muito estudo e dedicação sobre o tema escolhido.
Então, ao sermos indagados sobre o assunto da moda, uma lei da física, ou para quem foi o último Prêmio Nobel da Paz, ou qualquer outra questão que julgamos que deveríamos saber, não raro vamos falar ou escutar: “-hum, esqueci, li esses dias, mas não lembro agora…” e por aí vai.
O convite aqui então é termos a coragem de incorporar a sabedoria vinda das pequenas e profundas palavras escritas lá no início: “Seja Humilde””, e ao não saber algo responder um sincero “-não sei sobre esse assunto.” e se abrir ao conhecimento do outro, afinal, sempre haverá alguém mais sábio (e diria ainda: humilde) disposto a nos presentear com seus ensinamentos e descobertas.
Espero que você seja um desses sábios e partilhe com o mundo seus aprendizados a fim de agregar valor ao conhecimento dos que cruzarem com seus pensamentos e constatações. Fonte: https://administradores.com.br/artigos/aprender-sempre-mesmo-que-s%C3%B3-tenha-um-minuto