Já há algum tempo, a responsabilidade pela carreira de um profissional deixou de estar nas mãos das empresas e passou para as mãos dos próprios profissionais. Tal qual satélites naturais ao redor de um planeta, orbitam a pura competência técnica que o mundo profissional exige, quatro características que foram elencadas pela renomada publicação Harvard Business Review, as quais formam um sistema em equilíbrio a ser interiorizado por aqueles que almejam alçar voos profissionais mais altos:
1 – Desejo de superação: que fique claro que superação não significa necessariamente trabalhar muito, mais sim, trabalhar bem. É nos resultados obtidos que se mede a produtividade de um profissional, de modo que a superação mencionada está naquilo que se gerou de produto positivo ao final da empreitada. Esse desejo é aquele incômodo que o profissional que busca ascensão sente todo o tempo, um pequeno motor que o move para obter sempre um pouco mais em termos de resultado. É ser capaz de se aproximar as “dores” dos donos da corporação de onde trabalha, ou de seus clientes, buscando as melhores medidas para minimizá-las.
2 – Sensores dinâmicos para relacionamentos: muito se fala sobre como será o mercado de trabalho no futuro. Ao que tudo indica, uma parte significativa das profissões dos próximos 30 anos passará por grandes transformações, uma vez que tudo o que puder ser padronizado acabará sendo robotizado. Nesse contexto, o diferencial competitivo das profissões estará exatamente naquelas habilidades que distinguem a nós, seres humanos, dos robôs: inteligência emocional, empatia, resiliência e capacidade de adaptação. Até pouco tempo, havia o alerta para o desenvolvimento mais profundo dessas habilidades nas crianças de hoje, uma vez que ocuparão um mercado de trabalho ainda incerto em suas ocupações. Porém, precisamos nos dar conta que muitos de nós ainda estarão trabalhando nos próximos 30 anos e, ao não termos bem desenvolvidas nossas capacidades de relacionamento inter e intrapessoais, seremos sérios candidatos ao ostracismo profissional.
3 – Espírito empreendedor: não se trata necessariamente de se tornar um empresário. O espírito empreendedor de um profissional pode aflorar mesmo em uma condição de empregado dentro de uma empresa, de modo que esse assuma a organização como sendo sua. A isso, dá-se o nome de empreendedorismo corporativo, uma habilidade a qual o profissional entranha a corporação, seus processos e resultados, não como se isso fosse uma forma de diminuir-se, mas sim, possibilitando que a empresa seja um verdadeiro palco onde esse profissional possa gradualmente mostrar todo seu potencial.
4 – Capacidade catalítica de aprendizado: o profissional de hoje precisa estar sempre aprendendo. Vivemos um momento histórico de volatilidade profunda, o que nos obriga a estarmos reciclando conhecimento e garimpando novos aprendizados constantemente, sob pena de, em breve, nos tornarmos profissionalmente obsoletos. O aprendizado, nesse ínterim, não significa apenas o desenvolvimento tecnicista, mas sim, o aprendizado que vem da soma dos fatores que resultam em uma diminuição de energia para serem ativados e, dessa forma, em redução expressiva na velocidade de reação. Ou seja: aprendizado rápido e prática resultante desse aprendizado ainda mais rápida.
Já há algum tempo, a responsabilidade pela carreira de um profissional deixou de estar nas mãos das empresas e passou para as mãos dos próprios profissionais. Condições de ascensão profissional serão um caminho de mão dupla, pois as empresas que não as criarem perderão os melhores profissionais, assim como muitos profissionais ficarão estacionados em suas carreiras se não criarem condições de evolução para si mesmos. Fonte: https://administradores.com.br/artigos/compet%C3%AAncias-al%C3%A9m-da-t%C3%A9cnica