Em um mundo em que as expectativas da sociedade com relação às empresas são crescentes, a incorporação dos aspectos sociais e ambientais às estratégias e práticas de governança corporativa (Environmental, Social and Governance – ESG) ganham cada vez mais importância e oferecem vantagens competitivas às organizações. O papel das empresas na sociedade passa a ser uma questão crítica à sua criação de valor de longo prazo e atrai cada vez mais a atenção de investidores e demais stakeholders. A perspectiva de um ambiente empresarial mais colaborativo, consciente, com propósitos de geração de valor para todos os envolvidos – acionistas, funcionários, fornecedores, parceiros, clientes e a comunidade – tendem a permanecer resilientes em meio a esse ambiente de crise e a desfrutarem de uma vantagem competitiva no mercado.
A sustentabilidade nas empresas pós-pandemia
O termo sustentabilidade empresarial se tornou mais popular entre as empresas depois que os consumidores começaram a exigir das empresas a responsabilidade ambiental e social pelas suas atividades. De fato, a sustentabilidade é uma das maiores preocupações da sociedade atual, principalmente entre os mais jovens que estão mais ligados às questões ambientais. Os consumidores atuais dão preferência para comprar de marcas que valorizam a questão da sustentabilidade empresarial. A pandemia do coronavírus apresentou circunstâncias cruciais para que as organizações incorporassem os três pilares da sustentabilidade na sua estratégia: o social, o ambiental e o econômico. Com a pandemia as empresas tiveram que se reorganizar e estabelecer novos métodos de trabalho e formas de obterem lucros, como o home Office. Os cuidados com a saúde e o bem-estar dos colaboradores são fatos que o atual cenário tem despertado. Além da preocupação com a sociedade que é mais atingida com as restrições para conter a propagação do vírus. As iniciativas de solidariedade se tornaram uma questão de sobrevivência. Com pandemia, a tendência é que os consumidores e até mesmo os investidores ficarem mais atentos com os compromissos de sustentabilidade das organizações. Será que realmente a empresa que diz ser sustentável pratica os valores do termo em seu negócio? Principalmente o social. A forma como elas se posicionam neste momento em resposta à pandemia pode ser um fator decisivo para minimizar os impactos, proteger o meio ambiente e recuperar a reputação da organização. É necessária a busca pela sustentabilidade através de meios de consumo e produção mais limpa.
O que mudou nas empresas com a pandemia?
Com a pandemia houve várias mudanças no comportamento das empresas e no planejamento dos negócios. Essas mudanças permitiram o surgimento de novas oportunidades de negócio e de ganhar dinheiro. Uma dessas mudanças foi o trabalho remoto, ou home Office. O home Office é uma realidade hoje e tem chamado à atenção devido o impacto em diversas outras áreas. Com o trabalho remoto as empresas economizam com água, electricidade, limpeza, segurança e aluguel do espaço, além de outros recursos necessários para manter as instalações funcionando adequadamente. Há também a redução do consumo de combustíveis fósseis. A qualidade do ar melhora e as empresas começam a se adaptar a essa redução. Muitas já haviam começado a investir em fonte renováveis e agora deverão priorizar estes novos investimentos para se manterem no mercado. O uso de plataformas digitais nas empresas para execução de serviços ou venda online também aumentaram, e a tendência pós-pandemia é continuar já que essas ações se demonstraram positivas financeiramente, além de serem uma forma de incentivar microempreendedores.
Quais possíveis alterações para destinações e gestão de resíduos pós-pandemia?
A gestão de resíduos é uma forma eficiente de preservação dos recursos naturais, fonte de renda para catadores e de incentivos para a sociedade. Por meio de uma gestão eficiente as empresas divulgam sua responsabilidade socioambiental e as ações em busca da sustentabilidade. Para assegurar uma gestão eficiente e destinação ambientalmente correta, garantir a proteção da saúde pública, dos trabalhadores e prevenir a disseminação da doença, decorrente dos resíduos sólidos nos diversos ambientes a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) lançou um informe técnico para tal. As recomendações não devem se alterar. O que necessariamente precisará ser revisto é referente aos serviços de coleta seletiva, transporte e de manejo desses resíduos até as instalações de recuperação dos resíduos (neste caso incluímos as cooperativas). Durante a pandemia a coleta não deve ser realizada sob o risco de contaminação que os trabalhadores dessas instalações podem sofrer. No entanto, esse serviço é de extrema importância para preservação ambiental e para as políticas socioambientais.