Quando pensamos em carreira, vem à cabeça a imagem de uma pessoa feliz com seu trabalho, com bom salário, benefícios, reconhecimento e uma série de outras coisas que são marcas registradas de um profissional bem-sucedido. No entanto, a situação econômica atual é algo que pode nos deixar inseguros, pois as coisas podem estar bem hoje, mas, amanhã, tudo pode ir por água abaixo. Precisamos ficar atentos a alguns erros muito comuns que podem custar a realização na carreira pretendida. Pensando nisso, listamos os 7 erros mais comuns em um planejamento de carreira e como evita-los para garantir o seu sucesso profissional.
1. Desconsiderar preferências, habilidades e interesses
Na nossa vida, praticamente todos nós temos um roteiro de como será nossa caminhada desde a educação primária até a faculdade. Claro que há pessoas que fazem trilhas diferentes, mas a maioria de nós aprende a ler quando somos crianças e, em seguida, vamos ganhando mais conhecimentos em ciências, comunicação, história, matemática etc., chegando ao curso superior. Depois, acabamos nos formando e nos tornamos prontos para o mercado de trabalho, certo? Muitos de nós decidimos a carreira que vamos seguir com base em vários fatores: na profissão que está na moda, por influência dos pais, pela expectativa de remuneração alta, pela quantidade de vagas no mercado de trabalho ou por este ou aquele curso ser menos concorrido. Mas é fundamental pensar também nas nossas próprias habilidades e preferências. Não faça uma escolha de curso pela qual você não tenha interesse, pois há grandes chances de você se arrepender mais tarde. Lembre-se que você será o personagem principal da sua própria história, e não da história de outras pessoas.
2. Cultivar uma ideia fantasiosa da carreira
Sonhar com uma carreira de sucesso é muito importante para que tenhamos motivação, principalmente quando a vida profissional está no começo (e depois também, é claro!). Sonhar e desejar são as motivações do sucesso profissional. Mas, para poder sonhar e realizar, é fundamental manter os pés no chão. É preciso manter a concentração nos objetivos e o foco no estudo e no trabalho, tendo em mente que o tempo deve ser um aliado, e não um inimigo. Desejar sucesso em um prazo curto demais, um salário espetacular já no início, fama e sucesso imediatos pode ser frustrante quando você se der conta que a realidade pode não ser como você esperava. Esteja certo que há muito trabalho, paciência e dedicação por trás de profissionais de sucesso. Se prepare para as etapas normais na vida de qualquer profissional, rumo ao sucesso e reconhecimento, que passa pelo estágio, pelos processos de trainee até chegar nos níveis de gerente, diretor, chefe ou presidente. Isso pode levar tempo e requer constante dedicação. Então, busque conhecer a realidade de trabalho de vários profissionais, e não apenas de alguns, para que tenha uma noção real do que é a carreira que você pretende seguir.
3. Desconsiderar a necessidade de aprendizagem constante
Não dá para sair de um curso superior, de um estágio ou de um programa de trainee e se considerar pronto para seguir determinada carreira. Tem de acrescentar uma boa dose de disposição para continuar a estudar. Na verdade, a conclusão dessas etapas são apenas os passos iniciais (e fundamentais) rumo à construção de uma carreira. Mesmo em áreas tradicionais como os servidores públicos ou empresas que tenham bons planos de carreira, a evolução profissional depende principalmente da disposição de quem quer progredir. Há inúmeras oportunidades de realização de cursos de aprimoramento e de especializações, muitas delas gratuitas, inclusive por meio de educação a distância (EAD). Tenha a certeza que, ao surgir uma oportunidade de promoção, aquele que estiver mais bem preparado, terá melhores chances nas avaliações e nos testes.
4. Adiar a necessidade de melhora
Se por algum motivo você vier a trabalhar em algo que não tem nada a ver com o seu sonho, não se desespere! Isso acontece com mais frequência do que você imagina. Obviamente, essa situação vai exigir mais de você, tanto em planejamento quanto em paciência e em dedicação. Deixe claro a seus colegas de trabalho suas intenções profissionais, mas deixe bem claro também que seu profissionalismo é uma característica marcante. Faça bem a sua atividade atual, de modo a conseguir respeito e reconhecimento, mas sem deixar de perseguir seu sonho. Estude, pratique, se envolva com a área de seu interesse e procure se engajar, mesmo que voluntariamente, em alguma atividade em que possa colocar em prática os conhecimentos que são necessários para a posição profissional que você deseja. Se organize, consiga tempo, esteja envolvido e tenha paciência. Oportunidades aparecem mais cedo ou mais tarde, desde que você as procure e esteja atento quando elas surgirem. Há vários casos de pessoas que enfrentaram condições difíceis durante boa parte da vida, mas conseguiram um diploma superior depois que estavam casados, com filhos, aposentados e em outras situações. Isso aconteceu porque nunca desistiram dos seus sonhos. Desistir de um sonho profissional certamente é o maior erro que pode ser cometido em um planejamento de carreira. Por isso, não desista do seu.
5. Não usar o feedback para seu crescimento
Como já falamos no item anterior, a necessidade de melhora é constante e não pode ser adiada. Porém, quando você está planejando sua carreira — e, especialmente, se você ainda é jovem e está apenas começando sua vida profissional — talvez você não saiba exatamente o que precisa melhorar. É aí que entra o feedback. Feedbacks são as avaliações e os comentários que você recebe de outros profissionais — seus colegas, seu chefe ou até mesmo seu professor da faculdade. Ele pode ser formal ou informal. Em muitas empresas, existe uma forte política de feedback semestral ou anual, que é um dos elementos utilizados para determinar quando o funcionário está pronto para uma promoção. É importante que você esteja atento e aberto a todos os feedbacks, mas principalmente os negativos. Por mais que seja desconfortável ouvir uma crítica, ela pode indicar exatamente que pontos você precisa melhorar. Desta maneira, você pode aprimorar seu perfil profissional de maneira bem direcionada.
6. Não praticar o networking
Nós não podemos focar completamente na questão dos conhecimentos, do desempenho, e esquecer que a carreira também envolve um fator social muito forte. Muitas oportunidades de carreira surgem quando você conhece as pessoas certas. E, por isso, investir no networking é a melhor maneira de fazer com que seu planejamento de carreira se torne realidade. Para praticar o networking, uma boa dica é participar de eventos profissionais e acadêmicos — feiras, congressos, exposições. Nestes lugares, procure se apresentar às pessoas, conversar e trocar contatos. Outra ferramenta útil é o LinkedIn, a rede social profissional, que permite encontrar e se comunicar com profissionais de todo o Brasil e do mundo. E não se engane: não é preciso esperar a formatura para começar a fazer networking. Muitos universitários que desejam empreender, abrir seu próprio negócio, encontram parceiros para dividir essa missão dentro da própria faculdade, durante a graduação. Outros aproveitam o estágio para conhecer pessoas que, no futuro, poderão abrir portas para outros empregos.
7. Não ter um planejamento de carreira
No final das contas, o pior erro possível em relação ao planejamento de carreira é não ter nenhum. Seria como viajar sem um mapa; coisas boas podem acontecer, mas você fica à mercê do acaso. Enquanto isso, quem tem um mapa e traça claramente os lugares aonde quer chegar, além de ter maiores chances de atingir seus objetivos, também fará isso com menos esforço e tempo. Para a carreira, o mesmo conceito é válido. É importante pensar em quais são seus objetivos — pessoais e profissionais — e como você deve organizar sua carreira para alcançá-los. Se você gostaria de ser um líder de equipes, ou se você sonha em ser autônomo e ter mais liberdade, ou se você deseja total estabilidade no trabalho… Cada um destes objetivos exige escolhas diferentes. Portanto, pense em como você gostaria de viver, daqui a cinco (ou dez, ou quinze anos) e estabeleça os passos que precisa cumprir para chegar lá. Será que este ou aquele curso de graduação é mais adequado? Será que você precisará de cursos adicionais, como idiomas? Será que uma viagem ao exterior pode ajudar a alavancar sua carreira? Será que você deve fazer uma segunda graduação ou uma pós? Quando fazer cada uma dessas coisas? Qual delas deve ser sua prioridade? O planejamento não implica em que tudo vai acontecer exatamente como você espera, já que muitos fatores externos também influenciam o avanço da carreira. Porém, ele permite que você construa ativamente seu futuro, e não seja um mero espectador.